terça-feira, 6 de abril de 2010

Eu tô voltando pra casa

"Primeiro era vertigem
Como em qualquer paixão
Era só fechar os olhos
E deixar o corpo ir
No ritmo

Depois era um vício
Uma intoxicação
Me corroendo as veias
Me arrasando pelo chão

Mas sempre tinha
A cama pronta
E rango no fogão
Luz acesa
Me espera no portão
Prá você ver

Que eu tô voltando pra casa
Me vê!
Que eu tô voltando pra casa
Outra vez"

"Casa", Lulu Santos

É isso aí, eu to voltando pra casa!


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sábado, 30 de janeiro de 2010

A Melhor canção de rock de todos os tempos

Um amigo postou em seu blog que a sua melhor canção de Rock de todos os tempos é All along the watchtower, composta por Bob Dylan, cantada por Jimi Hendrix ( http://www.youtube.com/watch?v=14qTXRkAKr8 ).

Fiquei com vontade de registrar também a minha melhor canção de Rock de todos os tempos:
Gimme Shelter, dos Stones (http://www.youtube.com/watch?v=LJMnES7WoT4). Para quem não conhece muito dos garotos ingleses, vale começar pelos clássicos Jumping Jack Flash, Start me up, All down the line e, claro, Gimme Shelter - trilha incidental da cena inicial antológica, emblemética e arrepiante de Jack Nicholson em The Departed ("Os Infiltrados", versão cinematográfica norte-americana dirigida por Martin Scorsese e ganhadora do oscar de melhor filme em 2007).

Uma vida com muito Rock pra vocês também!


XXX



quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Estranho convidado


Quando digo que as lagartixas formam parte indissociável da população de Villahermosa (México) as pessoas acham que há exagero. Não há. Vejam quem nos brindou singela presença na noite de Reveilon - com sua ceia a postos, claro.


XXX



terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Tempo, tempo, tempo

Hoje eu não vou falar de livros. Aliás, pela primeira vez me sento aqui sem saber exatamente sobre o que vou escrever. Andei pensando em como a capacidade produtiva do ser humano é inversamente proporcional à sua disponibilidade de tempo. O que explica em um dia atarefado você conseguir realizar mais e melhor do que em um dia tranquilo, o qual você teoricamente tirou apenas para aquele determinado fim? Por que quando a gente tem tempo, não tem inspiração; e quando tem inspiração, você tem de escolher entre produzir ou alguma necessidade básica, como dormir ou comer?

Pensando que pudesse ser falta organização, me organizei. Mas mesmo em um dia organizado, é humanamente impossível sentar-me às sete da manhã e discorrer sobre qualquer assunto. E olha que não vou nem descambar pro lado do tipo de atividade - a escrita -, que depende essencialmente de inspiração, de vibração, e de tudo mais que a tangibilidade não explica. Fiquemos apenas na esfera do tempo, mais precisamente do horário. Tudo bem que aí já esbarramos em um conceito muito pessoal que tenho sobre as manhãs, o da necessidade de sua completa abolição. Nunca consegui compreender de fato as pessoas que chegam ao escritório às oito da manhã de uma segunda-feira alegres, bem dipostas e falantes. E considero um crime acordar crianças com o céu ainda escuro para vestí-las para ir a escola. Não me importo em não ter hora para acabar o que quer que seja, mas não venha me dizer quando começar.

Mas o fato é que o mundo precisa das manhãs. As crianças precisam de rotina e horário, o que a escola, pela manhã, assegura brilhantemente. As pessoas precisam chegar aos seus burocráticos trabalhos em burocráticos horários. As padarias precisam vender seu pãozinho na chapa com café com leite, pela manhã. E o que resta então às pessoas que não se adequam – de livre e espontânea vontade – aos horários convencionais? 1) Viver com sono; 2) ter apenas a tarde e começo da noite como horário comum com seus pares; 3) encontrar o meio termo.

Sigo portanto buscando o meio termo, o equilíbrio. Acredito que como em tudo na vida, a chave está no equilíbrio, no ‘de tudo um pouco’, no ‘devagar e sempre’. A organização, a disciplina e o querer ajudam muito, mas sem sintonia com o resto do mundo fica impossível.


XXX



sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Boas Festas

"Eu quero crer no amor numa boa
Que isso valha pra qualquer pessoa
Que realizar, a força que tem uma paixão"

Que todos nós tenhamos "um novo começo de era,
de gente fina, elegante e sincera.
Com habilidade de dizer mais sim do que não".

Boas Festas!

XXX



sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A Menina que Roubava Livros

A bola da vez foi "A menina que roubava livros", livro do australiano Marcos Zusak. Um primor em originalidade, já que é uma estória contada pela morte, em pessoa. Apesar de ser ambientada na Alemanha, com o holocausto como pano de fundo, não é essencialmente uma estória sobre guerra e nazismo. Curiosamente, no decorrer do texto o suspense nem sempre é preservado, já que muitas vezes a morte adianta: "...mas esse vai morrer mais pra frente, assim e assado..." - o que em mim criava uma expectativa ainda maior! Há muito tempo eu não chorava ao chegar às últimas páginas de um livro. É um texto que emociona, faz pensar e, principalmente, nos faz sentir vivos.


XXX



segunda-feira, 20 de julho de 2009

Novo Livro

Acabei de ler Comer, Rezar, Amar, best-seller de Elizabeth Gilbert. Pra quem não conhece, foi um fenômeno que teve mais de 4 milhões de cópias vendidas no mundo. Além de o livro ser excelente, me surpreendi com o estilo simples de narrativa da escritora. Modestamente, considerando minha ainda pouca experiência, senti muita familiariedade com sua forma de contar estória. Por isso retomei meu empoeirado projeto do segundo livro. Segue um trecho pra vocês:

(...) O embarque no aeroporto de Guarulhos, São Paulo, se deu entre olhos marejados e fala apertada. Ninguém queria admitir que estava triste com a viagem. Eu constatava como é possível estar feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz em morar fora do Brasil pela primeira vez na vida. Triste em me afastar do meu país e da minha família mais uma vez.

Eu nunca tive o privilégio de almoçar na casa dos avós no fim de semana, ou sair pra tomar sorvete com uma prima depois da escola. Essas atividades corriqueiras para tantas pessoas, para mim sempre foram uma raridade. Cresci em Friburgo, uma cidade pequena de serra há duas horas do Rio de Janeiro. Na maior parte do ano, minha família era meus pais, eu e meus irmãos. A família da minha mãe vivia em São Paulo, e a do meu pai, com quem tínhamos pouco contato, em Niterói. Encontrá-los era ocasião de uma ou duas vezes no ano, quase sempre no Natal e nas férias de Julho. O lado bom da distância é que visitá-los era sempre uma festa, aguardada ansiosamente, mês a mês, até a chegada da viagem. Íamos felizes no velho Corcel Dois dourado do meu pai, pela Dutra, num calor desgraçado. Eu e meus irmãos viajávamos livres, leves e soltos no banco de trás - naquele tempo não eram comuns as cadeirinhas de criança. Se a bagunça era muita e os pedidos de calma não atendidos, meu pai metia a mão por entre os bancos e beliscava a primeira perna que alcançasse. Era um tal de perna pra cima, risadas abafadas e choro do que fosse contemplado com o beliscão. Uma vez minha mãe meteu a cabeça pra fora do carro, para olhar não sei o que, e seu óculos de sol saiu voando. Ela ficou alguns minutos olhando o óculos quicar no asfalto quente, e só depois acordou. Olhou pra gente e começou a rir, a típica aquariana.

Depois disso, aos dezessete anos, fui morar sozinha no Rio para fazer faculdade. Eu dividia o apartamento com amigas e não havia nem um adulto responsável por perto. Nós havíamos nos tornado as adultas responsáveis (ao menos assim se supunha). Eu via minha família primeiro nos fins de semana, depois a cada quinze dias, logo uma vez por mês. Naturalmente minha vida foi se construíndo no Rio, e no último ano de faculdade chegava a passar meses sem subir a serra. Casei com Edgar, que também não tinha família no Rio. Quando ele foi transferido para São Paulo eu já estava grávida do Pedro. Fiquei feliz porque apesar de estarmos longe dos meus pais, estaríamos perto dos pais dele, dos meus avós e finalmente teríamos os singelos almoços de domingo na casa de parentes. Doce ilusão, nossa estada em São Paulo duraria exatos seis meses.



Eram dez horas da noite quando ouvimos a última chamada para o vôo 14 da Aeroméxico. Meus pais, avós, sogra, cunhados, todos foram se despedir. Muitas recomendações e cuidados com o primeiro netinho que sequer caminhava quando partiu. Pedro observava tranquilo o movimento, alheio ao seu destino. Nos olhos de cada um eu podia ver um pensamento diferente: Será que voltam? Será que ficam? Pedro não vai deixar ninguém dormir no avião. Mandem notícias. (...)

Depois tem mais. Um beijo!


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segunda-feira, 6 de abril de 2009

Da preguiça e dos pecados capitais

Os pecados capitais me fascinam. Não sei se por definir muito bem a imperfeição do ser humano ou se por representar um convite irresistível à regra a ser quebrada. E a regra divina, que sacrilégio! É igual a estória da maçã. Se ninguém tivesse dito ‘não coma’, aposto que Adão e Eva não teriam nem visto a fruta, ou talvez tivessem visto e feito de bola, de enfeite ou até “arma” para acertar um no outro. Mas sabendo que não era pra comer, eles comeram, claro. E cá estamos nós, bem longe do paraíso. Imagino que todo mundo cometa, ainda que de leve, boa parte dos pecados capitais. Algumas pessoas mais do que as outras, e alguns pecados mais do que outros.

A Gula. A gula é o pecado mais acessível. Todo mundo pode cometer: pobre, rico, jovem, velho, cão, gato e papagaio. Ainda tem quem ache fofinho ser guloso, e às vezes é mesmo.

A Avareza. A avareza não deveria ser considerada pecado, já que realisticamente é o que move o mundo. A cobiça de bens materiais, de dinheiro, até certo ponto é saudável. O problema é saber onde está este ponto.

A Inveja. A meu ver, parece-se com a avareza, só que ao invés de desejar dinheiro você deseja o que é do outro. Se o bem for material e você for esse outro, fique feliz, sinal de bom gosto. Agora se o bem não for material... é pecado mortal!

A Ira. O pecado mais comum. Quem nunca se irritou com nada que atire a primeira pedra. (???????)

A Soberba. É o pecado mais irritante e por isso o único com dupla função: você não tem vontade de socar alguém que se acha?

A Luxúria. Também não devia ser considerado pecado. Que mal tem gostar dos prazeres carnais? Se é um prazer carnal devia reduzir-se a sua insignificância terrena, à carne.

A Preguiça. Esse é o verdadeiro pecado. Por ele deixamos de agir, produzimos menos e a vida muda seu curso. Quantas vezes você já começou alguma coisa e parou? E nunca mais conseguiu voltar a fazer? E repetiu pra si mesmo: “amanhã eu faço, de hoje num passa”. E passa. Admiro os que não são assim, porque existe gente que não é.  Podem parecer uns ETs em tanta obstinação, mas que admiráveis ETs!

De longe a preguiça é o pior defeito. Talvez pela preguiça detestamos acordar cedo. Adoramos dormir, mas temos preguiça de ir pra cama. Logo dormimos tarde, acordamos cedo e ficamos com sono do dia todo. E preguiça. E mal humor. Estou dizendo, a preguiça é um horror!

Pela preguiça produzimos menos do que o desejado, do que o necessário até. Por ela não terminamos a listinha de resoluções do ano passado.  Não conseguimos perder aqueles 2kg que faltam, ou lavar o carro com a frequência que gostaríamos. Por ela ligamos o computador e ao invés de buscar coisas que realmente importem vamos ler superficialidades: é mais fácil observar a vida alheia do que elaborar algo de concreto na própria. E assim a vida passa, e tantas vezes nos tornamos mais expectadores do que atores dela.

Com preguiça de pensar em uma conclusão mais oportuna para este texto, termino com minha piada politicamente incorreta e preferida a respeito:

"Dois baianos balançando na rede.
– Tem antídoto pra picada de cobra, meu rei?
– Por quê?
– Tem uma vindo em minha direção...”


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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Resoluções para 2009

Entra ano, sai ano, e cá estamos nós fazendo a listinha de resoluções para o próximo ano. Embora eu odeie o lugar comum, não pude deixar de fazer a minha.


Resolução 1) Menos neuras: menos mania de limpeza, menos paranóia com as crianças, menos estresse com a vida.


Resolução 2) Mais paciência: com o trânsito, com os molóides que se encontram nele, com meus filhos, com as pessoas mais velhas. "A gente só aprende a ser filho, depois que é pai. E só aprende a ser pai, depois que é avô"


Resolução 3) Ler mais, ainda que seja de meia noite às seis.


Resolução 4) Emagrecer. Emagrecer. Emagrecer. Fazer exercício, tomar mais água, comer melhor e toda a presepada que pressupõe a vida saudável...


Resolução 5) Regar a "plantinha" do meu casamento sempre que possível, para não comprovar a máxima "Até bóia, mas foi feito pra afundar".


Resolução 6) Escrever mais! Produzir, me sentir viva como profissional - mesmo que não remunerado.


Resolução 7) Melhorar minha relação com a natureza. Não perseguir as nojentas lagartixas que insistem em co-habitar a minha casa. Não detestar o vento que leva areia aos meus olhos ou a chuva que acaba com minha escova. Não preferir peixe a cachorro só porque do peixinho é mais fácil manter distância. Não odiar o passarinho que me desperta daquele soninho gostoso porque tá "cantando" (?!) perto da minha janela. Ser menos urbana, mais natureba.


Resolução 8) Assistir novamente a um amanhecer ou por do sol na praia.


Resolução 9) Ouvir mais música, ver menos tv.


Resolução 10) Ficar amiga dos meus conhecidos.


Feliz 2009!


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sábado, 18 de outubro de 2008

Peculiaridades do México



Retomando os relatos de minha percepção dos hábitos mexicanos, não posso deixar de comentar as peculiaridades que me chamam atenção por aqui.

Além das iguanas, que mereceram um post à parte logo de minha chegada ao México (Tá lá no início do blog, nos posts de 2006), não posso deixar de comentar os jacarés. Ou crocodilos, como eles dizem por aqui.  Em Villahermosa, ao contemplar qualquer laguinho mixuruca, cuidado! Um jacaré pode vir te saludar. Aparentemente eles não tem o menor problema conosco, vide o jacaré da foto nadando serelepe pela lagoa, bem próximo à margem do prédio onde vivem umas amigas brasileiras. Na mesma margem onde brincam crianças (!?) e mascotas (animaizinhos de estimação), me pergunto se algum jacaré já teve o seu McLanche Feliz. Ojalá, não!

Além dos jacarés, existe uma outra espécie bem curiosa por aqui: o vendedor-preguiça. Desconheço qualquer parentesco com os bahianos, mas caso exista posso garantir que os mexicanos foram os precursores honorários. E não é só em lojinha pé-de-chinelo, não - porque nessas além de não te atenderem, pedem delicadamente para você vazar, caso seja hora do almoço, do café, da saída, da entrada, de falar ao telefone, ou se tiverem a fim. Em loja grande também acontece. Por exemplo: tem um balcão enorme, uma vendedora, e DUAS clientes (não são dez, só duas). Se a vendedora atende a primeira cliente e a segunda pergunta o preço de algo, que está ali, do ladinho dela, ela vai dizer pra coitada esperar a sua vez no atendimento. E assim sucessivamente, não importando se são dois esperando ou dez, se você só quer fazer uma pergunta ou experimentar a loja inteira. E essa espera pressupõe que a primeira cliente conte o número de pedrinhas que tem no detalhe da bolsa, defina o tom que melhor combine com o vestido que ela comprou tal dia... (ah sim, esta, mexicana, também conta toda a estória do vestido, afinal, prá que pressa?). A vendedora é capaz de perder mais tempo te explicando por que não vai te atender do que virando a porra da etiquetinha pra você ver o preço do produto. Fazer duas coisas ao mesmo tempo, nem pensar. Afinal, ela tem duas mãos, dois ouvidos, dois olhos, mas apenas um neurônio! Ganho por comissão? Ou não existe ou eles realmente têm problemas...


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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Mulher expatriada


Pra quem acha que vida de mãe e dona-de-casa expatriada como eu é só "frozô" pra lá e pra cá, acertou!

Prova isso o último evento da SSA - Schlumberger Spouses Association (quer mais frozô do que essa associação?????).

Normalmente nos reunimos 1 vez por mês para um café da manhã em um hotel bacana bancado pela empresa. É uma delícia! Conversamos, comemos e muitas trabalham em obras beneficentes. Eu infelizmente ainda não tive essa oportunidade, pois com duas crianças pequenas, sem empregada e sem família por perto quem tem precisado de caridade sou eu.

Esta foto foi tirada no Dia Internacional dos países (ou alguma coisa assim), onde cada país montou uma mesa com comidas típicas e fez uma apresentação sobre a cultura de seu país. As colombianas foram vestidas a caráter, com saia rodada, flores por todos os poros e muita cor. As equatorianas, também vestidas a caráter, cantaram e dançaram três músicas, podendo ter parado na primeira... As mexicanas apresentaram o que na minha opinião o méxico tem de melhor: a comida! As argentinas... ficaram bem longe da gente!!! E dessa vez não teve briga quanto à origem do pão de queijo. E nós, brasileiras, arrebentamos com a mesa melhor decorada e uma super apresentação cobrindo o Brasil por regiões, e finalizada com o hino nacional cantado em diferentes ritmos brasileiros. Vale a pena checar esta versão do hino no YouTube, é emocionante. (http://br.youtube.com/watch?v=ppOIMD5hCH4).



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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Para onde foi o livro?


Algumas pessoas estão me perguntando o que são os capítulos relacionados abaixo... Tive que retirar o livro daqui, mas agora esta disponível inteirinho no Clube de Autores, cujo link esta aqui ao lado. Chega lá! 

É um leve e curto Romance, entitulado "Malu & Edgar". Na visualização deste blog os capítulos aparecem de trás pra frente, mas quem quiser ler um capítulo por dia, desde o primeiro, pode acessar pela barra de ferramentas aqui no lado direito da tela. Basta clicar em "Março" e correr até o fim da página, lá está o Capítulo 1.

A figura acima é a capa do livro, que o talentoso designer André Gyurkovits bolou com elementos presentes na estória:

O Corcovado, o calçadão de Copacabana, porque a estória se passa no Rio. O poste de rua e o casal dançando tango é referência a Buenos Aires. Os drinks caindo são Pisco Sour, bebida típica peruana oferecida pelo "cupido" do casal protagonista. O verde das montanhas representa a serra fluminense, onde tudo começou. Agora vocês me perguntam: O que essa galinha está fazendo com um anel no bico no alto da capa? Essa vocês terão que ler pra saber! ; )

Divirtam-se!


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Natureza em fúria


Por incrível que pareça estamos ameaçados por uma nova enchente aqui em Vilahermosa, México. Como se não bastasse a do ano passado, que devastou boa parte da cidade - meu condomínio inclusive (foto) - mais uma vez a natureza vem cobrar o seu preço.

Se chover pra valer, alaga de novo. Nada foi feito, nem uma obrinha sequer. Para quem acha que o serviço público do Brasil é uma merda, é porque não conhece o do México. Aqui a corrupção impera, pior que no Brasil. E o que que eu ainda estou fazendo aqui? Também não sei.

Talvez a comida deliciosamente picante me encha os olhos, ou o hábito do café da manhã em grande estilo tenha me seduzido... Talvez ter um filho mexicano conte um pouco, e o trabalho do meu marido conte muito. E definitivamente, a "buena onda" do povo mexicano sempre valerá a pena.

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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

De volta!



Gente! Muito tempo sem escrever aqui, não é mesmo? É que estive muito ocupada tendo 2 filhos, que são pequenininhos mas dão muito trabalho! Um deles está aí na foto, devidamente disfarçado, afinal ainda é menor e não deve se expor. : )))) Ocupada eu acho que vou estar até que eles tenham 18 anos, mas arrumarei mais tempo para vir aqui escrever minhas impressões da maternidade, do dia a dia no México, da vida!

Um beijo e até breve.


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segunda-feira, 7 de maio de 2007

Diário de Bordo 3: Vivendo no México

Queridos amigos,

Ontem fizemos um “passeio” que não posso deixar de relatar para vocês. Trata-se do Yumka, uma área a 10Km do centro de Villahermosa, Tabasco-México, que sofre de crise de identidade. Não é nem zoológico, nem safari, nem parque. Ou melhor, de acordo com os meus parâmetros e amor ao conforto e à comodidade, pode sim ser considerado um safari (já não preciso ir a África).

Saio eu, linda, morena e escovada de minha casa climatizada, acreditando que este "passeio" seria feito dentro de um ônibus com ar condicionado (como me informou um ser bestial num hotel). Eis que o safari começa no estacionamento do local. Ao percorrer cerca de 5m entre nosso Ecosport (também climatizado) e a portaria do lugar - sob um sol de 50 graus - já estavamos todos enxarcados, sedentos e exaustos. O meu filho, coitadinho, suava tanto que parecia que ia sumir debaixo do boné - que já era tão maior que sua cabecinha de melão.

Olho para os lados e não vejo ônibus algum com vidros fumê e ar condicionado ligado. Vem a primeira surpresa: o "passeio" inicia-se com uma caminhada por uma mata que esconde jaulas de bichos diversos.

Como se caminhar sob sol escaldante já não fosse diversão garantida - além do saltinho que eu usava sobre a trilha de seixo rolado - um guia equipado com um potente megafone ia berrando em nossos ouvidos a estória de cada bicho visto. O curioso foi ver que uma trilha de formigas enlouquecidas (acho que fugiam do guia) também fazia parte da narrativa do homem. Será que eles consideram formiga um bicho selvagem? Faz sentido, se iguana é domestico...

Chegamos então à ponte-do-rio-que-cai (isso mesmo, igualzinha àquela do Faustão). Aí vocês pensam: moleza, basta segurar no corrimão. Aí eu digo: vai atravessar uma ponte dessas com uma crianca de 1 ano! Eu e meu marido só tínhamos que segurar o carrinho de criança, a criança, a câmera, duas bolsas, duas garrafas d’água, e nós mesmos, é claro. Essa parte não posso negar que foi divertida. Ver meu marido se equilibrando, empurrando o carrinho com uma mão, apertando a criança na outra (com medo de o moleque cair no rio), tudo isso com um sorriso forçado nos lábios (admitir que era roubada? Nunca!), não tem preco! E eu fui na frente, com a câmera em punho registrando tudo. Verdade que a câmera quase foi pro rio, mas que importa? Não perderia essa cena por nada.

Terminando a ponte chegamos a uma espécie de trem/jipe aberto. A-B-E-R-T-O. Não havia ar condicionado e a poeira que comi durante todo o percurso comprovou isso. Neste trem andamos por um descampado que parecia o deserto. Vimos zebras, girafas, avestruz, viadinhos, macaquinhos, entre outras bichices. O meu filho adorou o passeio, exceto pelas araras. Ele fica perto do tigre, mas tem horror a araras!

E como a estória pedia um gran-finale, quando descemos do trem e chegamos em uma espécie de Choupana, com bar, banheiros e lojinha de lembrancas; adivinha o que nos esperava?

Um teatro de fantoches infantil! Sim, com alto-falantes! E muitas, muitas criancas!

Foi de fato uma experiência única. E se isso não for considerado um safari, nada mais é. Mas não se preocupem, prometo não metê-los nesta roubada quando vierem nos visitar.

Saludos poeirentos a todos. Saudades.

Mai/2007


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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

O lado irônico de ser mãe

Depois de muito batalhar para encontrar o homem de nossas vidas (que em muitos casos talvez nem é) e casar-se com ele, a mulher finalmente engravida. A emoção vem como uma enxurrada descoordenada ao ler aquela simples palavrinha: positivo.  Conta para o pai, que na maioria das vezes vibra e chora junto de alegria! Conta para os avós-corujas que aguardavam ansiosos pelo netinho! Espera três longos meses, com a língua coçando, para contar para os amigos, o chefe, o vizinho, o mundo: o bebê vem aí!

Procura obstetra, às vezes até um pediatra, tudo tem que ser programado, planejado, cuidado. Não bebe, não fuma, às vezes nem transa. Cuida da alimentação, não come na rua, não come porcaria. Faz exercício, mas não demais. Sai à noite, mas volta cedo. Trabalha, mas enrola... Sua cabeça está dentro da barriga e nada pode mudar isso. Compra livros e revistas, fuça na internet, nunca se teve tanta informação a respeito. A barriga cresce, começam os preparativos práticos para a chegada do indivíduo. Toca comprar móveis, lavar roupa, passar uma a uma, guardar cuidadosamente nas gavetinhas forradas.

A criatura nasce. Ninguém toca, ninguém chega perto, a gente vira bicho. A amamentação é outro parto (e ninguém avisou). Põe para passear no sol. Não pode tomar vento, não pode pegar chuva, o sol deve ser fraco, não pode fazer frio. Alguém tem o e-mail de São Pedro?

Cuidados no banho. Cuidado com o umbigo, por que ele não cai? Faz curativo, senão ele fica para fora! Levanta o braço para não afogar a criança. Seja rápida para não resfriar. Escolhe a roupinha. Está suando, tira roupa. Mãozinha fria, põe o casaco. Cobre? Não, ele sufoca. Descobre? Ele pode sentir frio. Liga o ar ou abre a janela? Qual a temperatura ideal? Para os bebês-meninas, decide a mãe. Para os meninos, o pai.

Quando tirar aquela coisa gorducha e chorona do nosso quarto? Nunca se sabe, e ele vai ficando até os três, quatro meses no barato. Enfim, vai pro quarto dele. E tome babá eletrônica pra cima e pra baixo. Começa com as papinhas. O que solta? O que prende? Porque ele não faz cocô, Deus do céu! Supositório no coitado.

Rola na cama, senta, um dia entramos no quarto e ele está de pé. Põe pra engatinhar. Compra piso emborrachado, lava o tapete, limpa o chão duas vezes por dia, obriga os pobres dos visitantes a tirarem seus sapatos na porta, esteriliza a casa! Começa a andar. Compra sapatos, compra andador, compra motoca de empurrar, sob nosso olhar atento ele quer descobrir o mundo. Um belo dia você chega em casa e diante de uma cena simples percebe que sua superproteção expirou. O seu filho, aquela criança linda, saudável, rosadinha e limpinha... está lambendo o chão.


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quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Todos os sonhos do mundo

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo"

Que assim como Pessoa, em 2007 tenhamos todos os sonhos do mundo.

Feliz Ano Novo.

Jan/2007


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terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Diário de Bordo 2 - Se adaptando ao México

Nossa saga em Villahermosa continua. O neném está uma graça, comendo bem, fazendo gracinhas para tudo e para todos. Começa a engatinhar. Às vezes vai igual uma minhoca, pára, olha pra gente e dá risada. Nós também estamos bem, nos adaptando aos poucos ao calor e aos costumes das terras Tabasquenhas (que para mim continuam sendo um pouco estranhas.)

Os mexicanos têm mania de grandeza. Os carros, as casas, as embalagens dos produtos, tudo aqui é gigante – curioso para um povo tão pequeno. Além da baixa estatura, eles são muito parecidos entre eles: pele morena, cabelos lisos e negros, cara redonda, fortes traços indígenas.

Descobri como é feita a contagem de 1 milhão de habitantes da cidade! Lembra que eu havia comentado na última crônica? Então, pelo menos 500 mil habitantes são iguanas. Sabe aquela lagartixa pavorosa, preta, que vive na pedra? Deve haver uma para cada habitante, no barato. Assim fez sentido:

500 mil mexicanos + 500 mil largatixas = população de Villahermosa.

Depois de 1 mês no hotel, finalmente encontramos uma casa para morar. E não foi fácil. Vimos várias casas: ou eram caras, ou eram quentes, ou eram escuras, ou eram inseguras, ou tinham bichos... Com as largatixas medonhas eu já estava me acostumando, mas em uma das casas um pequeno camundongo veio nos recepcionar na sala, olha que meigo! Foi um longo processo até chegarmos a casa que estamos hoje, de 3 quartos, num condominio bonitinho, preço justo e nenhum outro ser vivo além de nós (e as iguanas, claro).

Casa encontrada, o próximo desafio foi encontrar uma empregada. No início era só eu, o neném e a casa enorme. Além de trabalhar como uma moura, o danado do moleque às vezes me tirava do sério. Houve dias em que o desespero com seu choro, a casa zoneada, eu suja de papinha (ou coco, ou os dois) era tanto que eu sentava na cama e chorava - e ele me olhava e ria, na sua doce ignorância. Outros dias era a pessoa mais feliz do mundo por ter a oportunidade de morar fora, ter uma casa boa, uma família feliz e saudável. Sou 8 ou 80, e vivo oscilando entre estes dois estados...

Contratei uma agente, aí no Brasil, para fazer a crítica do meu livro, e se possível for, me ajudar a publicá-lo. Paralelamente a isso, trabalho nuns roteiros de seriado. Na verdade eu estava trabalhando nos roteiros até a reviravolta acontecer: mudar para São Paulo, ter um filho, e agora essa PEQUENINA mudanca para terras Tabasqueñas. Obviamente aqui - onde eu mal consigo ir no banheiro em paz - está mais difícil sentar para escrever. Antes eu tinha tempo mas não tinha inspiração, agora tenho inspiração mas não tenho tempo. Curioso como a vida dá de um lado e toma do outro.

Fico por aqui. Saudades, um beijo e até breve.

Nov/2006

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Diário de Bordo 1 - Chegando no México

No ultimo sábado finalmente aterrizamos em Villahermosa, capital do estado de Tabasco, México. A vista do avião era belíssima: céu azul sem uma nuvem, terra muito verde, lagos, casas... e nenhum prédio?! Isso mesmo, embora diga-se que a cidade tenha 1 milhão de habitantes, nao é comum ver edíficios. (Não me perguntem onde está esse milhão de pessoas, talvez enterrados no solo fugindo do calor senegalês que faz por aqui).

Os mexicanos são um povo curioso. No restaurante, só tomam refrigerante ou suco de canudo; e se você esquecer de pegar o guardanapo, o garcom taca-o no seu colo sem o menor pudor. Tomar água mineral foi uma conquista: eles chamam água com gás de água mineral e água mineral de água natural. Como descobrimos isso? Tomando MUITA água com gás.

É um povo elegante e cafona ao mesmo tempo. As mulheres já acordam coloridas, nas roupas e no rosto - é tanta sombra, tanto lápis de olho que até eu estranhei (e olha que eu gosto de maquiagem). Por outro lado, no fim de semana, não se vê um mexicanozinho que seja sem camisa social. Das ruas ao aeroporto, todos – inclusive menininhos de 10, 11 anos - usavam suas camisas sociais para dentro da calca. Falando em aeroporto, inexplicavelmente, o aeroporto e o shopping de Villahermosa são mais bonitos dos que os da Cidade do México (como se o shopping de Macaé fosse melhor que o do Rio, ou o de Campinas melhor que o de São Paulo).

Nossa epopéia continuou ao reservarmos um apart pela internet. Quando chegamos no ditocujo - um moquifão no meio do nada – meu marido teve que pular o portão do estabelecimento, pois mesmo que tivesse alguém lá dentro (o que não foi o caso, felizmente), a campainha ficava do lado de dentro da grade (bem la no fundo eles devem ter uma raiz portuguesa). Chocados, pedimos ao taxista que nos deixasse em qualquer qualquer hotel que tivesse ar condicionado e um porteiro. Fomos parar no Western-qualquer-coisa, um 4 estrelas (na concepcao do fundador, provavelmente) com cara de lanchonete americana de beira de estrada. Pra resumir, as refeições neste hotel eram um tanto quanto mexicanas demais para nosotros, de forma que ou saíamos de lá ou nao saíamos do banheiro.

Foi então que cruzamos o portal do paraíso. De longe avistamos o letreiro do Hyatt, e tudo o que pudemos fazer foi seguir em sua direcao para achar “a zona sul” da cidade. Finalmente um hotel (de fato), um shopping, e a alegria de encontrar nele meus amigos Calvin Klein, Helena Rubstein, M.A.C...

Neste mesmo fim de semana ainda encontramos tempo para alugar um carro, conhecer um pouco da cidade (nos limites da zonal sul, obviamente), e visitar uma primeira casa para alugar... mas isso é papo para uma outra vez.

Set/2006


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