Sátira dos modismos politicamente corretos, e por isso obviamente
sem pretenções-palestrinha, o filme do diretor e roteirista também estreiante
no Oscar, Cord Jefferson, tem passagens ótimas, como a regra n.1 das vendas:
nunca subestimar o poder da idiotice. Ou
a falta de preocupação de pescarem uma armação literária porque “em Hollywood
ninguém lê, eles só leem os resumos preparados pelas assistentes”. Mas minha metáfora favorita foi a comparação
das obras do protagonista (Jeffrey Wright, indicado para melhor ator e perfeito
num papel que poderia destruir o filme se não tão bem executado) com os selos
dos whiskies Johnnie Walker: O Red Label para consumo mais massificado, o Black
Label para os mais sofisticados e o Blue Label para os fora da curva - caríssimos
e raramente consumidos. É louvável
escrever para Black/Blue label mas as editoras querem o Red. E voilà! Temos aí a metalinguagem perfeita que
transcende o cinema e aterriza perfeitamente adivinhem onde?
#AmericanFiction #Oscar2024