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domingo, 3 de março de 2024

Maratona Oscar 2024: American Fiction

 


Ficção Americana não é a “meta-narrativa arrebatadora de artista em conflito com a arte” (ZZZZZZZZZZZ...) como começa a crítica do Omelete sobre o filme.  Tampouco tem a ver apenas com inclusão de minorias e racismo, como a turma do Adoro Cinema colocou com o título genial de “Está preto o suficiente?”.  Indicado a 5 categorias do Oscar, e que apareceu no Prime esta semana de presente para os cinéfilos, o filme é a meta-narrativa de uma sociedade com tendência de consumir lixo - especialmente a sociedade americana, e logo também a nossa, já que o mundo segue colonizado culturalmente por eles.

Sátira dos modismos politicamente corretos, e por isso obviamente sem pretenções-palestrinha, o filme do diretor e roteirista também estreiante no Oscar, Cord Jefferson, tem passagens ótimas, como a regra n.1 das vendas: nunca subestimar o poder da idiotice.  Ou a falta de preocupação de pescarem uma armação literária porque “em Hollywood ninguém lê, eles só leem os resumos preparados pelas assistentes”.  Mas minha metáfora favorita foi a comparação das obras do protagonista (Jeffrey Wright, indicado para melhor ator e perfeito num papel que poderia destruir o filme se não tão bem executado) com os selos dos whiskies Johnnie Walker: O Red Label para consumo mais massificado, o Black Label para os mais sofisticados e o Blue Label para os fora da curva - caríssimos e raramente consumidos.  É louvável escrever para Black/Blue label mas as editoras querem o Red.  E voilà! Temos aí a metalinguagem perfeita que transcende o cinema e aterriza perfeitamente adivinhem onde?

#AmericanFiction #Oscar2024