segunda-feira, 24 de junho de 2013

Venda caro a sua paz


Há algum tempo venho tentando manter a calma. A frase parece banal, mas no mundo apressado, violento e raivoso em que vivemos, não tem nada de simples em tentar manter-se zen.  É um exercício diário de tolerância, autocontrole, equilíbrio, e que raramente é executado de forma completa e bem sucedida. 

A desestabilização emocional vem de diferentes fontes e em diferentes escalas, mas curiosamente, quando já se vive estressado, é preciso muito pouco para se irritar. É quase como se o motivo besta fosse inversamente proporcional ao tamanho da irritação.

O que te irrita? Não classifique miséria, fome, doença, guerras, corrupção como coisas irritantes. Estas têm um espectro infinitamente maior, melhor relacionado à revolta, repulsa, ódio.  Irritar é pequeno. É pequeno para quem ou o que provoca e para quem sente.  E fica pequeno se você consegue manter a paz interior, se você consegue encontrar o Buda que existe dentro de todos nós, mas torna-se um monstro se a inércia vencer. 

São as pequenas coisas que fazem uma pessoa irritada ter reações grandes. É o despertador em uma manhã de sono, é o chefe impaciente, o sermão em hora errada.  A economia porca do que quer que seja.  É gente desocupada quando você está ocupado. É gente falando quando você precisa de silêncio.  É sala de espera com uma espera interminável. É a segunda-feira de manhã que chega rápido demais e a sexta-feira à tarde que não acaba nunca.  É celular caindo na caixa postal quando você realmente precisa falar com a pessoa. É o reaproveitamento de material/sentimento que foi feito para ser descartável.  É gente resmungando. É perda de tempo. É o prolixo e o desnecessário.  É o “Eu te disse”.

Alguém que insiste em te dizer o que fazer também é irritante. Mas ainda assim, eu te digo: venda caro a sua paz de espírito. Tenha paciência. E não se irrite.



XXX