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sexta-feira, 1 de março de 2024

Mudanças no varejo, nunca no atacado

Tenho começado estas reflexões a partir de frases - perdoem a expressão que já considero um clichê irritante - gatilhos.  No mainstream os gatilhos são associados ao despertar de sentimentos negativos, mas “na-minha-cartilha-stream” os gatilhos são positivos, aqueles que te obrigam a parar para pensar e, com sorte, agir.  O gatilho-título desta vez veio de uma tradição cética-conservadora dos ingleses, a crença de que mudanças de qualquer natureza devem ser ser feitas aos poucos e nunca de supetão.  Devagar, pontual, quase que experimental, na tentativa e erro. 

Já começam certos porque fazendo aos poucos quase sempre não fazemos de forma definitiva, o que é ótimo. É bom poder mudar de ideia, é bom poder voltar atrás e acertar o curso se preciso.  Flexibilidade de pensamento que anda junto com aprendizado e evolução.  Sabemos que é humanamente impossível antecipar todos os impactos de uma decisão, porque existe o imponderável.  Implementar mudanças de forma gradual é portanto questão de segurança, de bom senso e que dá tempo de reação se alguma coisa sair muito errada. “Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro” (Sábia Clarice!).

Sabemos que precisamos mudar algum ou muitos aspectos da nossa vida, sabemos que fazê-lo de forma gradual é o mais sensato e ainda assim nem sempre agimos no tempo certo, ou pior, nem sempre agimos.  Em contrapartida aos propensos às decisões intempestivas estão os que não decidem.  Sofrem por antecipação, adiam decisões, deixam de expandir para encolher.  Esperam pelos outros, pelas circunstâncias, pelo “destino”.  Mesmo com a sobre-humana capacidade de se adaptar às mudanças que o ser humano possui, esta turma espera o momento ideal sem consciência de que não tomar nenhuma atitude é tomar uma atitude, é fazer uma escolha e uma das que mais impacta a vida: o que se deixa de viver.

Dois modos operantes drasticamente contrastantes, e para quem finalmente se dá conta disso apresenta-se o terceiro caminho: o do meio termo. O do bendito equilíbrio.  Emocional, financeiro, profissional, orgânico...  A busca incessante pela dose certa, o eterno “não meter os pés pelas mãos, mas também não ficar vendo a banda passar”.  Aparentemente trivial, mas tão difícil!  Concluo que não se apegar às ideias cristalizadas e principalmente, aos ressentimentos, é um começo, e aprender com eles a continuidade.  São eles que constroem nosso caráter e trazem o desconforto que vai mostrar quando é hora de agir, no varejo ou no atacado.

xxx