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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Um ótimo filme para as crianças (só que não)







O highlight nem tão high assim do fim de semana infantil foi a nova animação da Disney, o filme "Aviões".  

Bonitinho, 3D, ótima dublagem (Ivete Sangalo na voz do avião baiano 'Carolina' está ótima!) e as tradicionais piadinhas que fazem o filme divertido também para os adultos.  Com a estória de um aviãozinho pulverizador que sonha em competir com aviões de corrida mas tem medo de altura, logo vemos que estamos no mesmo universo de "Carros"(*), mas com metade da ação e arranjo musical do precursor.  Boa parte do começo do filme é uma conversa quase técnica entre os aviões e... "Eles não vão voar?", "Do que eles estão falando?", "Podemos comprar mais pipoca?" para as crianças.

A qualidade Disney continua valendo o ingresso do filme, que acaba sendo muito mais divertido para crianças maiores de 7 anos. 

(*) Pra quem não lembra, ou não viu, ao conferir o soundtrack de "Carros" vai entender a referência:

http://www.youtube.com/watch?v=X3HlFewKByw (Real Gone, Sheryl Crow)
http://www.youtube.com/watch?v=A82who93D4Q (Route 66, John Mayer)




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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

É possível ter tudo?

Toda vez que alguma coisa dá errado eu imediatamente penso nas que deram certo. Como que em uma espécie de auto-defesa/justificativa-de-compensação. Penso na saúde que tenho, no fato de estar viva, de ter nascido em uma família feliz e equilibrada. Penso que tive estudo e preparo para a vida, que já realizei o sonho outrora tão importante de me casar, de ter tido filhos, de ter tido filhos saudáveis e carinhosos. Penso na oportunidade de ter viajado bastante, de ter conhecido outras culturas. Penso no sucesso profissional acidental (?!) que sempre tive – sim, não posso negar que as coisas neste aspecto sempre cairam de mão beijada, não sei se por sorte ou merecimento.

Sou grata e feliz por tudo isso. Mas – sim, tem sempre um mas na minha cabeça - já percebi que as coisas boas não acontecem simultaneamente. Na verdade, tenho a clara sensação de que para se ter uma coisa boa eu tenho necessariamente que abrir mão de outra. De forma que ou eu sou uma eterna insatisfeita ou tem sempre algo faltando para a felicidade do ser humano ser completa.

Se você está jogando e perde, aquele seu amigo bem pouco original vai te dizer: azar no jogo, sorte do amor! (grande mentira, diga-se de passagem). Se você tem uma vida profissional invejável, pode apostar que tem um espírito de porco procurando onde foi que sua vida pessoal deu errado (e o pior é que muitas vezes ele encontra...).

Tenho várias amigas que não casaram, não tiveram filhos, são executivas brilhantes, bem sucedidas e frustadas por chegar em casa à noite e encontrar uma casa tão linda quanto vazia. Tenho outras tantas que aparentam muito mais do que a minha idade, massacradas pela vida doméstica, pelo cansaço natural que crianças provocam, pelo torpor que a rotina de uma casa traz. Para essas últimas, a simples cena de uma mulher de tailler caminhando pela rua, bem penteada, maquiada, sem nenhuma criança pendurada em qualquer parte do corpo, pode provocar um efeito devastador, um choque de realidade.

E eu sei disso porque já estive nos dois lados. Já fui a executiva bem sucedida e triste por ainda estar solteira, por ainda não ter filhos (some-se a isso a incerteza de estar na profissão certa, mas aí é “mas” demais para um raciocínio só!). Também já fui a mãe, dona-de-casa, esposa exausta de tudo e de todos. Agora acho que alcancei um meio termo, não estou nem em um extremo, nem em outro. Mas tem coisa faltando.  E muitas vezes a forma de suprir esta falta me parece ser o abrir mão de conquistas em algum aspecto da vida. Mas e se eu não quiser abrir mão de nada? É possível ter tudo? Até quando a gente insiste? Quando se conforma e desiste? E este post vai ficando sem conclusão. Pois se eu ainda não encontrei a resposta para a vida, é impossível descrevê-la aqui.


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sábado, 3 de julho de 2010

Férias? Há controvérsias

Quase sempre quando uma mãe de família viaja assume-se que ela está saindo de férias. Ela deixa sua casa onde há uma rotina estruturada, escola para o filho mais velho, babá para o mais novo. Mesa posta para o café da manhã, mamãozinho cortado e café passado. O almoco sai na hora certa, num piscar de olhos, bastando dizer à sua amada empregada o cardápio do dia. Até que o marido chega em casa com o que, a princípio, parece uma grande a idéia: vamos viajar? Rever a família, rever os amigos, ir à praia, subir a serra, pular carnaval? Vamos!

A maratona comeca antes mesmo do embarque. Arrumar as malas de duas criancas pequenas é praticamente uma viagem, já que uma mãe precavida precisa passar por todas as estações. Ao pai, muito prático, só resta reclamar do excesso de peso. Pega as malas, pega o carrinho, pega mamadeira. Leite, suquinho, biscoitinho, remedinho, brinquedinho. Tensão na hora de pesar as malas: vão cobrar excesso de peso? E a mala de mão que só não é vetada por boa vontade das comissárias.

Chega-se na casa da avó, onde empregada normalmente passa batida já que o movimento é pequeno e a dona exigente (com razão, ela já sabe fazer tudo e tem tempo para isso). Toca lavar roupa, estender, passar, guardar. Vê o almoço, dá comida pras crianças, recusa aquele choppinho-abre-apetite com os cunhados às duas da tarde porque simplesmente não combina com o horário dos filhos. E pra não ficar feio, ainda lava a louça e os 250 copos, colheres e pratinhos que seus filhos sujaram.  Escova as duas boquinhas (três se você tiver tempo de escovar a sua própria), põe pra dormir o mais novo, arranja atividade – silenciosa – para o mais velho. Tenta almoçar com calma, encosta no sofá para descansar e quando começa a pegar no sono, escuta: Manhêêêêêê! Se não for o pequeno chamando, certamente ele já acordou com o grito do outro. O importante é manter a mamãe em pé, não é mesmo?

Vem a maratona do banho, água pra todo lado e o cabelo escovado que vai pro espaço. Brinca, janta, põe pra dormir. Reza, conta estória, perde a novela, reza de novo para eles dormirem pelo amor de Deus. Cinema, shopping, restaurante? Só se uma boa alma se oferecer para ficar com as crianças, e aí vem a arte de depender dos outros. Mais difícil ainda se esses outros também se acham no direito de educar seus filhos. Escuta quieta se quiser passear...

Viajar? Nem pensar. Minha casa nunca foi tão confortável. E para aqueles que insistem em perguntar se vou tentar a menininha: só se ela nascer com 18 anos, lavar, passar e tomar conta de criança!


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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Para todas as mães do mundo

"No dia em que Deus criou as mães, um anjo apareceu-lhe e disse:
Por que esta criação está lhe deixando tão inquieto senhor?
E o Senhor Deus respondeu-lhe:
Você já leu as especificações desta encomenda?
Ela tem que ser totalmente lavável, mas não pode ser de plástico.
Deve ter 180 partes moveis e substituíveis, funcionar a base de café‚ e sobras de comida.
Ter um colo macio que sirva de travesseiro para as crianças.
Um beijo que tenha o dom de curar qualquer coisa, desde um ferimento até as dores de uma paixão, e ainda ter seis pares de mãos.
O anjo balançou lentamente a cabeça e disse-lhe:
Seis pares de mãos Senhor? Parece impossível?
Mas o problema não é esse, falou o Senhor Deus e os três pares de olhos que essa criatura tem que ter?
O anjo, num sobressalto, perguntou-lhe:
E tem isso no modelo padrão?
O Senhor Deus assentiu:
Um par de olhos para ver através de portas fechadas, para quando se perguntar o que as crianças estão fazendo lá dentro (embora ela já saiba); outro par na parte posterior da cabeça, para ver o que não deveria, mas precisa saber, e naturalmente os olhos normais, capazes de consolar uma criança em prantos, dizendo-lhe: Eu te compreendo e te amo! sem dizer uma palavra.
E o anjo mais uma vez comenta-lhe:
Senhor...já é hora de dormir. Amanhã é outro dia.
Mas o Senhor Deus explicou-lhe:
Não posso, já esta quase pronta. Já tenho um modelo que se cura sozinho quando adoece, que consegue alimentar uma família de seis pessoas com meio quilo de carne moída e consegue convencer uma criança de 9 anos a tomar banho...
O anjo rodeou vagarosamente o modelo e falou:
É muito delicada, Senhor!...
Mas o Senhor Deus disse entusiasmado:
Mas é muito resistente! Você não imagina o que esta pessoa pode fazer ou suportar!
O anjo, analisando melhor a criação, observa:
Ha um vazamento ali Senhor...
Não é um simples vazamento, é uma lagrima! E esta serve para expressar alegrias, tristezas, dores, solidão, orgulho e outros sentimentos.
Vós sois um gênio, Senhor! disse o anjo entusiasmado com a criação" - Autor desconhecido.
 
Feliz Dia das Mães, mãe.


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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Tempo, tempo, tempo

Hoje eu não vou falar de livros. Aliás, pela primeira vez me sento aqui sem saber exatamente sobre o que vou escrever. Andei pensando em como a capacidade produtiva do ser humano é inversamente proporcional à sua disponibilidade de tempo. O que explica em um dia atarefado você conseguir realizar mais e melhor do que em um dia tranquilo, o qual você teoricamente tirou apenas para aquele determinado fim? Por que quando a gente tem tempo, não tem inspiração; e quando tem inspiração, você tem de escolher entre produzir ou alguma necessidade básica, como dormir ou comer?

Pensando que pudesse ser falta organização, me organizei. Mas mesmo em um dia organizado, é humanamente impossível sentar-me às sete da manhã e discorrer sobre qualquer assunto. E olha que não vou nem descambar pro lado do tipo de atividade - a escrita -, que depende essencialmente de inspiração, de vibração, e de tudo mais que a tangibilidade não explica. Fiquemos apenas na esfera do tempo, mais precisamente do horário. Tudo bem que aí já esbarramos em um conceito muito pessoal que tenho sobre as manhãs, o da necessidade de sua completa abolição. Nunca consegui compreender de fato as pessoas que chegam ao escritório às oito da manhã de uma segunda-feira alegres, bem dipostas e falantes. E considero um crime acordar crianças com o céu ainda escuro para vestí-las para ir a escola. Não me importo em não ter hora para acabar o que quer que seja, mas não venha me dizer quando começar.

Mas o fato é que o mundo precisa das manhãs. As crianças precisam de rotina e horário, o que a escola, pela manhã, assegura brilhantemente. As pessoas precisam chegar aos seus burocráticos trabalhos em burocráticos horários. As padarias precisam vender seu pãozinho na chapa com café com leite, pela manhã. E o que resta então às pessoas que não se adequam – de livre e espontânea vontade – aos horários convencionais? 1) Viver com sono; 2) ter apenas a tarde e começo da noite como horário comum com seus pares; 3) encontrar o meio termo.

Sigo portanto buscando o meio termo, o equilíbrio. Acredito que como em tudo na vida, a chave está no equilíbrio, no ‘de tudo um pouco’, no ‘devagar e sempre’. A organização, a disciplina e o querer ajudam muito, mas sem sintonia com o resto do mundo fica impossível.


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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

De volta!



Gente! Muito tempo sem escrever aqui, não é mesmo? É que estive muito ocupada tendo 2 filhos, que são pequenininhos mas dão muito trabalho! Um deles está aí na foto, devidamente disfarçado, afinal ainda é menor e não deve se expor. : )))) Ocupada eu acho que vou estar até que eles tenham 18 anos, mas arrumarei mais tempo para vir aqui escrever minhas impressões da maternidade, do dia a dia no México, da vida!

Um beijo e até breve.


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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

O lado irônico de ser mãe

Depois de muito batalhar para encontrar o homem de nossas vidas (que em muitos casos talvez nem é) e casar-se com ele, a mulher finalmente engravida. A emoção vem como uma enxurrada descoordenada ao ler aquela simples palavrinha: positivo.  Conta para o pai, que na maioria das vezes vibra e chora junto de alegria! Conta para os avós-corujas que aguardavam ansiosos pelo netinho! Espera três longos meses, com a língua coçando, para contar para os amigos, o chefe, o vizinho, o mundo: o bebê vem aí!

Procura obstetra, às vezes até um pediatra, tudo tem que ser programado, planejado, cuidado. Não bebe, não fuma, às vezes nem transa. Cuida da alimentação, não come na rua, não come porcaria. Faz exercício, mas não demais. Sai à noite, mas volta cedo. Trabalha, mas enrola... Sua cabeça está dentro da barriga e nada pode mudar isso. Compra livros e revistas, fuça na internet, nunca se teve tanta informação a respeito. A barriga cresce, começam os preparativos práticos para a chegada do indivíduo. Toca comprar móveis, lavar roupa, passar uma a uma, guardar cuidadosamente nas gavetinhas forradas.

A criatura nasce. Ninguém toca, ninguém chega perto, a gente vira bicho. A amamentação é outro parto (e ninguém avisou). Põe para passear no sol. Não pode tomar vento, não pode pegar chuva, o sol deve ser fraco, não pode fazer frio. Alguém tem o e-mail de São Pedro?

Cuidados no banho. Cuidado com o umbigo, por que ele não cai? Faz curativo, senão ele fica para fora! Levanta o braço para não afogar a criança. Seja rápida para não resfriar. Escolhe a roupinha. Está suando, tira roupa. Mãozinha fria, põe o casaco. Cobre? Não, ele sufoca. Descobre? Ele pode sentir frio. Liga o ar ou abre a janela? Qual a temperatura ideal? Para os bebês-meninas, decide a mãe. Para os meninos, o pai.

Quando tirar aquela coisa gorducha e chorona do nosso quarto? Nunca se sabe, e ele vai ficando até os três, quatro meses no barato. Enfim, vai pro quarto dele. E tome babá eletrônica pra cima e pra baixo. Começa com as papinhas. O que solta? O que prende? Porque ele não faz cocô, Deus do céu! Supositório no coitado.

Rola na cama, senta, um dia entramos no quarto e ele está de pé. Põe pra engatinhar. Compra piso emborrachado, lava o tapete, limpa o chão duas vezes por dia, obriga os pobres dos visitantes a tirarem seus sapatos na porta, esteriliza a casa! Começa a andar. Compra sapatos, compra andador, compra motoca de empurrar, sob nosso olhar atento ele quer descobrir o mundo. Um belo dia você chega em casa e diante de uma cena simples percebe que sua superproteção expirou. O seu filho, aquela criança linda, saudável, rosadinha e limpinha... está lambendo o chão.


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