Parece que foi ontem que na grande e velha casa da Av. Rui Barbosa, em Friburgo, meu irmão e eu ficávamos à espreita de Papai Noel no corredor. Dia desses passei pela mesma avenida e fiquei triste ao ver apenas o terreno da construção. A casa foi ao chão para dar lugar à expansão do Ministério Público do Rio de Janeiro na comarca da cidade.
Parei alguns instantes em frente a casa,
fechei os olhos e vi.
Sobre uma das mesas da sala estava a árvore
branca de Natal, decorada com bolas vermelhas - das de vidro, que quebravam. Muitos presentes ao redor. Naquela época a vida era mais farta, pelo
menos aos meus olhos de criança.
Com o dia regado à torta de maçã,
castanhas, amêndoas, nozes e todo tipo de fruta, a ceia com a dupla
infalível de perú e tender - crajejado de cravos, bezuntado de Karo, nadando
nas frutas em calda - nem precisava ser tão abundante.
Os homens da família reclamando do show do Roberto Carlos, e as mulheres o defendendo... ele é o Rei, bicho! E comiam e bebiam, muito e bem. Vinha a troca de presentes, os abraços, o amigo - ora oculto, ora secreto, como em toda família de cariocas com paulistas. E finalmente chegava a hora de por os sapatinhos no corredor, para em cada um deles, no dia seguinte, encontrar os presentes deixados pelo misterioso velhinho.
E nadar no mar de papel de embrulho, rir do passa ou repassa dos presentes-bomba, do medo da balança, da ressaca. Vinha o riso das lembranças, a confraternização. Exatamente o que se espera do Natal. Todo ano, tudo igual. Como uma tradição deve ser.
Os homens da família reclamando do show do Roberto Carlos, e as mulheres o defendendo... ele é o Rei, bicho! E comiam e bebiam, muito e bem. Vinha a troca de presentes, os abraços, o amigo - ora oculto, ora secreto, como em toda família de cariocas com paulistas. E finalmente chegava a hora de por os sapatinhos no corredor, para em cada um deles, no dia seguinte, encontrar os presentes deixados pelo misterioso velhinho.
E nadar no mar de papel de embrulho, rir do passa ou repassa dos presentes-bomba, do medo da balança, da ressaca. Vinha o riso das lembranças, a confraternização. Exatamente o que se espera do Natal. Todo ano, tudo igual. Como uma tradição deve ser.
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